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AGRADECIMENTO ESPECIAL

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CASJ agradece apoiadores e destaca contribuição de Lauri Palu

Desde a sua criação, em janeiro de 2020, a Casa de Acolhida São José – CASJ tem contado com apoio de diversas agências e instituições parceiras que, somadas ao esforço e incansável dedicação de colaboradores voluntários, atende mulheres e crianças venezuelanas em situação de refúgio e migração, em Pacaraima/RR. Somente em 2023, o abrigo acolheu 1.102 pessoas, totalizando 385 famílias, das quais 665 são crianças.

Fazendo a diferença – A Casa também recebe apoio de pessoas que não estão vinculadas a nenhuma instituição e que simplesmente o fazem pela consciência social, movidas por nobre gesto de amor em direção ao próximo. Todo apoio que nos chega, estimula o nosso compromisso contínuo com o nosso objetivo. Ao encerrarmos mais um ano e na esperança de continuarmos beneficiando a todos que nos chegam, agradecemos a cada pessoa que soma conosco neste serviço humanitário.

Hoje destacamos a fundamental contribuição do senhor Lauri Palu, ao registrarmos como ele conheceu o nosso trabalho, o seu respeito por nós e o quanto a sua presença tem feito a diferença na nossa atuação.

Casado com a senhora Rosana e pai de Ronaldo e Luciana, o comerciante Lauri Palu mora no município de Mandirituba, no Paraná. Uma das coisas que mais lhe dá satisfação é viajar. Ele viaja pelo Brasil inteiro e, dias antes do início da pandemia, esteve no Norte do país. “Fui com minha esposa numa viagem de aproximadamente 30 dias, num caminhão que eu tenho, com um trailer em cima. Eu sabia que estavam vindo muitos venezuelanos por Pacaraima e resolvi ir para lá ver a realidade”, afirma.

Conhecendo a realidade – Naquele momento, entravam cerca de 600 venezuelanos por dia pela fronteira terrestre e a diretora da CASJ, irmã Ana Maria, comandava a Pastoral do Migrante na localidade. Ao tomar conhecimento de seu trabalho, Lauri foi até a irmã e constatou a necessidade de auxílio a que os refugiados e migrantes precisavam. “Para não tomar tempo da irmã, vendo que a situação estava bem complicada, pedi que ela me passasse o seu contato telefônico e lhe disse que chegando no Paraná tentaria fazer uma campanha para ajudá-la. Fiz algumas imagens pelo celular e fui embora”, lembra.

No caminho entre Manaus e Porto Velho, Lauri deu carona para uma família de venezuelanos que seguia pelo mesmo destino. E foi naquele momento que ele se sentiu verdadeiramente tocado pela dor das pessoas em situação de migração. “Me contaram que trabalhavam o mês inteiro para poder comprar um pacote de arroz, que é pouquíssimo o dinheiro que corresponde a um salário, e que traziam apenas o que conseguiam carregar, poucas coisas. Disseram que caminhavam por muitos dias, até um mês, às vezes, e chegavam com muita dificuldade, flagelados”, relata.  

Mobilização – De volta a sua casa, Lauri mobilizou amigos e familiares. Inicialmente, o grupo era formado por 20 pessoas, todas sempre doaram de bom coração. Hoje, permanecem seis. Em fevereiro do próximo ano completará três anos dessa ação.  “Nosso objetivo era ajudar a garantir pelo menos a refeição dessas pessoas na chegada em Pacaraima. Depois, como a irmã Ana Maria alugou uma casa que hoje é a Casa de Acolhida São José, então criamos um grupo de amigos que semanalmente junta um dinheiro para auxiliar nas necessidades básicas”, explica.

Ainda naquele começo, a contribuição do senhor Lauri e do seu grupo de amigos foi fundamental para o apoio também das famílias migrantes residentes na ocupação Orquídea, que por intermédio de irmã Ana Maria, receberam fios para estender o alcance da energia elétrica. Para esta comunidade, foram providenciados também plásticos para improvisação dos barracos e mosquiteiros. Mais adiante, o grupo doou roupas e medicamentos, além de garantir a interiorização de duas famílias, com a compra dos bilhetes aéreos.

Irmã Ana Maria – Em 2021, quando do episódio da invasão na Casa de Acolhida São José, incorrendo em violação de direitos humanos aos seus residentes, fato que repercutiu internacionalmente, Lauri acompanhou. “A irmã Ana Maria é uma missionária, uma discípula voltada às causas sociais. É uma mulher muito batalhadora, com personalidade forte que precisou enfrentar a Justiça, a polícia, e o fez com bravura. Uma mulher atuante, diferenciada e que está aí para mostrar serviço”, ressalta.  

Para Lauri, o gesto de doar a quem precisa vale à pena, principalmente porque ele e sua família sentem as bênçãos recebidas de volta em energia positiva no seu dia-a-dia. Para ele, se compadecer diante das mazelas sofridas é um gesto de humanidade.

“Se você tem condições, você tem obrigação de ajudar um pouco a quem não teve tanta sorte. Uma forma de amar o nosso próximo é doando um pouco do que recebemos. O mínimo que podemos fazer é ajuda-los quando temos oportunidade, seja com dinheiro, os acolhendo, oferecendo um trabalho. Não julgá-los, pois estão vindo sem nada, só com a roupa do corpo, recomeçando do zero. A situação deles é muito difícil”, finaliza Lauri Palu.

FOTO – Arquivo Pessoal/ Lauri Palu